Por Elisa Gonsalves Possebon e Fabrício Possebon
Quando se trata de transformações socioafetivas, trabalhar apenas o pensamento por si só não é suficiente, ela não consegue atingir o núcleo da questão, posto que a natureza da aprendizagem afetiva é diversa e está para além de processos mentais.
A Vivência Emocional parte do entendimento de que somente aprendendo o mundo dos afetos é que os processos vitais e de vínculos podem ser reabilitados existencialmente. Sem a mobilização dos três componentes (visceral, vivencial e cognitivo), o aprendizado afetivo pode ficar debilitado, incompleto ou mesmo não ocorrer.
Neste sentido, o trabalho de Educação Emocional na perspectiva vivencial tem os seguintes pressupostos:
– os processos vivenciais produzem as mudanças comportamentais;
– a mudança socioemocional ocorre mediante um processo complexo e sinérgico entre componentes viscerais (neurofisiológicos), vivenciais (emocionais) e cognitivos (mentais).
Compreendemos que a aula de Educação Emocional não deve se realizar de uma maneira aleatória. Existe uma lógica que a estrutura, uma forma de organizar, em outras palavras, existe uma sequência didática que deve ser cumprida para que os resultados obtidos possam ser satisfatórios. A disposição didática da Vivência Emocional inclui necessariamente, e, nesta ordem, as seguintes estratégias:
– AED – Aula expositiva dialogada: feita pelo professor, a AED deve ser realizada a partir de uma breve introdução sobre o tema a ser tratado;
– DI – Dinâmica integrativa: trata-se da condução de diferentes dinâmicas de integração afetiva;
– RC- Respiração e/ou concentração: envolve exercícios de ioga como mudras, ásanas, madalaterapia e outros específicos de respiração;
– VB – Vivência Biocêntrica: estratégias que envolvem práticas empáticas e altruístas, de cuidado afetivo com o outro.
Além das 4 estratégias descritas acima, os professores também utilizarão: textos de apoio; vídeos; músicas (instrumentais e voltadas para o relaxamento); e produção de textos.
Ao final da aula é importante que o(a) docente encerre a aula com abraços fraternos. Como estamos em momento pandêmico, recomenda-se um cumprimento afetivo mas mantendo o distanciamento.
Na Educação Emocional se aprende a cuidar, cuidando; se aprende a amar, amando – daí a necessidade de se criar situações de aprendizagens vivenciais para que os(as) alunos possam aprender essencialmente uma nova forma de estar no mundo e de se relacionar. Aqui se aprende a pensar a partir do sentir.
2 Comments
Concordo 100% com suas palavras! E só completo, com a seguinte orientação, que sempre faço um acolhida transmitido sempre pensamentos positivos! Parabéns professora Elisa que Deus continue te abençoando e te guiando sempre 💓.
Excelente texto, muito bom!! Grata!!